Nova data específica da execução ainda não foi informada
O governo da Indonésia adiou a execução do brasileiro Rodrigo Muxlfeldt Gularte, 42, e de outras dez pessoas condenadas à morte naquele país.
Nesta quarta-feira (18), o advogado de Gularte, Ricco Akbar, recebeu da Procuradoria-Geral Indonésia a informação de que as execuções não ocorrerão mais em fevereiro, como anteriormente programado. A data específica não foi informada.
A Procuradoria é o órgão responsável pelas execuções, que, na Indonésia, se dão por fuzilamento.
Duas razões explicam o adiamento: 1) a Procuradoria recebeu nesta semana laudo de médico credenciado pelo governo no qual o profissional atesta que Rodrigo tem esquizofrenia. Agora, o órgão quer uma segunda opinião médica sobre o brasileiro antes de decidir executá-lo; 2) não há espaço físico disponível na ilha de Nusakambangan (Cilacap, interior da Indonésia), onde ocorrem os fuzilamentos, para que 11 execuções ocorram simultaneamente; a lei manda que todos os condenados sejam mortos ao mesmo tempo.
Cada condenado à morte exige um pelotão de fuzilamento com 12 atiradores.
O Itamaraty pedirá na sexta-feira (20) à prisão a internação de Rodrigo em um hospital de Yogyakarta, a cerca de 180 km de Cilacap, onde o brasileiro está preso. Rodrigo continua a se recusar a ser internado por achar que está são, segundo a prima dele, Angelita Muxfeldt.
O brasileiro foi preso em 2004 ao tentar entrar no país com 6 kg de cocaína escondidas em pranchas de surfe. Com ele foram presos dois amigos, mas Rodrigo assumiu o crime sozinho -e inocentou os colegas. Ele foi condenado à morte no ano seguinte.
Ele perdeu todos os recursos na Justiça. Em 5 de janeiro, o presidente da Indonésia Joko Widodo negou clemência ao brasileiro -o que significa não haver mais obstáculos para executá-lo.
Widodo assumiu a Presidência do país, em outubro do ano passado, com promessa de fuzilar traficantes de drogas que, segundo ele, destroem as futuras gerações indonésias.
Em 18 de janeiro (dia 17 no Brasil), foram executadas seis pessoas, entre as quais Marco Archer Cardoso Moreira -o primeiro brasileiro a ter sido condenado à morte em tempos de paz.
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